Em 1821, quando o Barão Langsdorff, então cônsul-geral da Rússia no Brasil, aceitou o desafio de montar uma expedição para as entranhas tropicais do Brasil, ele apenas sonhava com o que poderia encontrar. Hoje, quase 200 anos depois, o público brasileiro pode realizar sua própria expedição e conhecer a natureza e a sociedade brasileira retratadas naquela que se tornou uma das mais importantes expedições científicas do século XIX. Integrando recursos tecnológicos a uma ambientação ao espírito da época, a Expedição Langsdorff revela através da arte as descobertas realizadas pela expedição nas áreas da botânica, zoologia, cartografia e antropologia, Além de 120 aquarelas e desenhos realizados pelos artistas que acompanharam a expedição – Rugendas, Taunay e Florence – a mostra traz os instrumentos astronômicos de navegação da época, como sextantes e cronômetros, e o antecessor da máquina fotográfica, a câmera escura. E ainda conta com uma animação que sobrepõe os famosos mapas cartográficos de Rubtsov com uma projeção de imagens atuais dos mesmos mapas no Google Maps.
Tudo isso envolto no som de trechos do diário de Langsdorff, lidos em voz alta, criando uma atmosfera de imersão na viagem e no tempo. E para completar o caráter épico da exposição, vários terminais de computadores dão ao público acesso ao banco de dados do acervo completo da expedição, que totaliza mais de 1000 aquarelas e objetos etnográficos pertencentes à coleções públicas e privadas no mundo todo. Uma mostra de arqueologia histórico-afetiva do Brasil, que revela obras incrivelmente bem conservadas, guardadas durante quase dois séculos na Rússia, e que retornam ao Brasil pelo esforço coletivo da Arte A Produções e do governo russo, que disponibilizou o acervo da expedição pertencente ao Arquivo Naval da Rússia e à Academia Real de Ciências de São Petesburgo.
Confira [aqui] o que foi publicado.